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Diário mostra relatos de atirador da Catedral de Campinas — Foto: Lilian de Souza/EPTV 2j5r1f
Mortes no Ceará, Realengo e perseguição: veja trechos do diário do autor de ataque em Campinas 5x6q54
PolÃcia Civil teve o a documentos do atirador. Euler Fernando Grandolpho invadiu Catedral de Campinas, matou cinco pessoas e se suicidou. 3z594o
Por G1 Campinas e Região m5n5t

PolÃcia Civil acha diário que traça perfil do atirador da Catedral de Campinas
O autor do ataque na Catedral de Campinas (SP) relatou, em um diário encontrado pela PolÃcia Civil nesta quarta-feira (12), o que ele chama de “massacre” no estado do Ceará em janeiro deste ano, citou “Realengo”, em uma referência à chacina com 11 mortes em uma escola do bairro carioca em 2011, e afirmou que era perseguido.
Na terça (11), Euler Fernando Grandolpho abriu fogo contra fiéis dentro da igreja durante uma missa, matou cinco e depois se suicidou. Quatro homens morreram no local do crime e uma quinta vÃtima morreu no dia seguinte no Hospital Mario Gatti. Outras três pessoas ficaram feridas, foram atendidas em unidades médicas e liberadas.
A PolÃcia Civil apreendeu na casa de Euler, além do diário, documentos e um computador. A EPTV teve o à uma das páginas que ele faz referências à s mortes. No dia 27 de janeiro deste ano, criminosos invadiram a casa de show Forró do Gago, no Bairro Cajazeiras, em Fortaleza (CE), e mataram 14 pessoas a tiros. Em uma página datada de 31 de janeiro, o atirador fala em “massacre dias atrás” e diz que uma pessoa o provocou sobre o assunto, por isso ele retrucou lembrando de “Realengo”.

Diário mostra relatos de atirador da Catedral de Campinas — Foto: Lilian de Souza/EPTV
“ei com meu cão em frente a uma construção ao lado da casa Q. Os moradores tem (sic) uma veterinária e uma delas gritou com “as paredes”: “E aà Ceará”, sobre o massacre ocorrido dias atrás. Ok. Hj (sic), 31/01/2018 ei por lá e falei alto com o celular desligado na orelha. E aà Realengo”, diz um trecho do diário.
Em outra página, ele relata que era perseguido há mais de dez anos e que a “pena” para essas pessoas seria uma viagem pelo mediterrâneo com direito a acompanhante com tudo pago. “No começo cometiam crimes com a maior naturalidade. Agora estão em pânico, espalharam pela cidade o que está prestes a acontecer. Meu deus”, afirma no diário.

Homem atira e mata fiéis durante missa na catedral de Campinas — Foto: Arte / G1
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Perfil depressivo 553v6t
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A PolÃcia Civil agora quer saber qual foi o trajeto feito pelo atirador de casa, onde almoçou, até a igreja. De acordo com o delegado José Henrique Ventura, os investigadores descobriram que o atirador fazia uma espécie de diário onde anotava placas de carros e outras informações sobre supostas perseguições a ele.
“Ele tinha um perfil de se sentir perseguido. Chegou a registrar boletins de ocorrência e segundo consta, até em função desse perfil, que poderia vir de uma depressão, ele fez uma consulta no CAPS que é um centro de apoio psicossocial para tratar disso”, afirmou o delegado do Deinter-2.

Fiéis na missa da Catedral Metropolitana de Campinas um dia após o ataque — Foto: Reprodução/EPTV
Os familiares confirmaram que o atirador chegou a fazer tratamento para depressão e temiam que ele cometesse suicÃdio. O pai disse aos policiais desconhecer o fato de o filho ter armas. O atirador estava com duas armas, ambas com numerações raspadas, alvo das investigações nesta quarta-feira.
“A famÃlia hora nenhuma desconfiou que ele poderia ter alguma arma, ele nunca falou em arma, nunca foi visto com arma, as vezes quando estava depressivo tinha conversas estranhas, o que fazia com que eles temessem que pudesse cometer um suicidio, mas não essa tragédia”, explicou o delegado Ventura.

Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, atirador que matou 4 pessoas na Catedral de Campinas e depois se matou — Foto: Reprodução/Facebook
O que aconteceu? 486b2i
O delegado do 1º Distrito Policial de Campinas, Hamilton Caviola Filho, estima que o atirador efetuou pelo menos 20 disparos. “Ele sentou a uns dez metros para a frente da porta. Ele não entrou atirando, primeiro ele senta em um banco”, afirma.
De acordo com o delegado, logo após a entrada do atirador, três pessoas sentaram no banco atrás dele e foram as primeiras a serem atingidas. Entre elas, uma morreu.

Multidão na frente da Catedral, em Campinas — Foto: Fernando Evans / G1
“Ele usou uma arma, mas estava com duas. Motivação a gente só vai saber quando identificar, para saber o histórico dele. Eu estou me reportando à s imagens. Ele [atirador] parou, pensou e executou o plano que tinha na cabeça […] Ele se matou, mas o policial deve ter alvejado ele porque estava com um tiro na costela, depois desse tiro ele caiu e se matou”, diz o delegado.