
Nas quatro primeiras semanas epidemiológicas do ano, a dengue registrou uma média de 168 casos notificados por semana, contra 34 no mesmo período de 2024. 48x55
Dados epidemiológicos divulgados pela Prefeitura de Cuiabá revelam um crescimento expressivo no número de casos notificados de arboviroses em 2025. Nas quatro primeiras semanas epidemiológicas do ano, os casos de chikungunya tiveram um aumento ainda mais alarmante. Em 2025, a média semanal de notificações é de 209, enquanto em 2024 era de apenas cinco casos — um crescimento de 3.881%. Entre 1º e 29 de janeiro, já foram registrados 836 casos notificados, dos quais 770 foram confirmados.
A dengue também apresentou um aumento significativo, com uma média de 168 casos notificados por semana, contra 34 no mesmo período de 2024, o que representa um crescimento de 399%. No mesmo intervalo, foram registrados 673 casos notificados, sendo 542 confirmados.
Diante desse cenário, o Comitê de Contenção às Arboviroses, composto por representantes de diversos setores da Vigilância Sanitária, reuniu-se na quinta-feira (31), no auditório da unidade, com a secretária municipal de Saúde de Cuiabá, Lúcia Helena Barboza Sampaio, para discutir estratégias e ações articuladas no combate ao avanço das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue e chikungunya.
A secretária de Saúde alerta que os números podem continuar crescendo, uma vez que algumas notificações tardias ainda não foram inseridas no sistema. Isso reforça a necessidade de intensificar as ações de prevenção e controle do vetor, evitando a propagação das doenças e a sobrecarga dos serviços de saúde.

Comitê de Contenção às Arboviroses se reúne para discutir estratégias. Foto: Erlan Aquino.
Uma das medidas do comitê é reforçar a importância da manutenção das práticas preventivas, especialmente durante o período chuvoso, quando a proliferação do mosquito se intensifica. A participação da comunidade é essencial para a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, como recipientes com água parada, pneus velhos, caixas d’água destampadas e lixo acumulado.
O Comitê de Arboviroses atuará na formulação e execução de estratégias que visam reduzir os índices de infecção, promovendo a segurança sanitária e protegendo a população cuiabana dessas doenças. Dentre as ações de enfrentamento às arboviroses, destacam-se:
- Minimizar a propagação das arboviroses, articulando ações entre os setores públicos, sociedade civil e a comunidade;
- Orientar os diversos atores e setores envolvidos com a saúde em Cuiabá sobre as ações necessárias frente à detecção de casos de arboviroses, em todos os níveis de complexidade;
- Orientar gestores e profissionais de saúde na organização da rede de atenção para a detecção e o atendimento oportuno dos casos de arboviroses;
- Sistematizar as ações, procedimentos e articulações intersetoriais nas esferas de governo, visando monitorar e intervir com uma resposta rápida e eficiente;
- Estabelecer fluxos, protocolos de saúde e procedimentos para a implementação do enfrentamento à Dengue, Chikungunya, Zika, Febre Amarela e Febre do Oropouche.
Com a união de esforços entre autoridades e população, a expectativa é de que os números possam ser controlados e que os impactos dessas doenças sejam minimizados. Um mutirão de fiscalização, envolvendo agentes de endemias, agentes de saúde e outros profissionais, até mesmo de outras secretarias, está previsto para ser realizado no dia 8.
“Uma grande ação que vamos realizar visando chamar a atenção da população para a dimensão do problema que estamos enfrentando. Além de cuidar do seu próprio quintal, cada munícipe tem a obrigação de denunciar caso tenha conhecimento de possíveis criadouros, terrenos baldios e quintais sem a limpeza adequada. Criamos um canal para que esse meio ganhe mais eficiência”, garantiu a secretária de Saúde.
O aumento expressivo dos casos de arboviroses em Cuiabá pode estar relacionado a vários fatores, entre eles o período intenso de chuvas, que cria mais criadouros para o Aedes aegypti, já que a água parada favorece a reprodução do mosquito.
As temperaturas elevadas também contribuem, pois o calor acelera o ciclo de vida do mosquito, aumentando sua população e, consequentemente, a transmissão das doenças.
Outro fator é a dificuldade na fiscalização, enfrentada pelos agentes, que muitas vezes não conseguem entrar em residências fechadas ou até mesmo abandonadas.
O descarte irregular de lixo também é um problema, pois o acúmulo de resíduos como pneus, garrafas e recipientes plásticos facilita a reprodução do mosquito.

Da Redação / Com informações da Prefeitura de Cuiabá – MT