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O futebol lícito 491f4z

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Terminou a Copa, mas o tema ainda é presente. Não devemos nos esquecer que, mesmo tendo perdido pateticamente o certame de 2014, ainda somos o único pentacampeão do mundo, situação que não se alterará até 2018, quando a Copa será disputada na Rússia. Supondo que naquela oportunidade também não tenhamos sucesso, mesmo assim, só Itália e Alemanha (se ganharem aquela Copa) poderão ficar do nosso tamanho, também como pentacampeã. Esse raciocínio nos leva à conclusão de que temos um bom prazo para consertar e reequilibrar o nosso futebol.

            É preciso entender definitivamente que aquele tempo do futebol paixão e arte parece estar morto e sepultado. Num país tecnologizado como o nosso, de peso importante na economia do mundo, não se deve itir a existência de clube de futebol ou de qualquer outro esporte que funcione às custas do dinheiro sujo da sonegação, da contravenção ou do crime organizado. Assim como não se ite que sejam instrumentos de sustentação política e até mesmo da vaidade ou, pior, da corrupção. Clube não pode ser apenas um time. Precisa ser uma estrutura solvente, exercendo sua atividade, recebendo o pagamento pelo que produz e saldando regularmente seus compromissos com fornecedores e com o fisco. Se não for assim, não pode continuar existindo. Nada deve impedir que investidores (empresas ou empresários) adquiram ações dos clubes e recebam os dividendos pelo seu investimento. Mas tudo dentro da lei e com toda transparência.

            Aqueles que pensam em estatizar o futebol devem estar loucos. Tem exemplos desastrosos do mal que é a estatização. O mais gritante deles é nas ferrovias, que nasceram privadas, mas por força de pressões mais ideológicas que trabalhista, aram para as mãos do governo e, estatais, foram sucateadas a ponto de entrarem em colapso. Na outra ponta, setores que eram estatais, cresceram porque foram privatizados e hoje carecem apenas de fiscalização para se manterem eficientes.

          Temos grandes grupos econômicos e uma invejável cultura empresarial. Se funcionam bem em outros setores, poderiam também servir ao futebol e a todos os esportes. O que não pode é manter a cartolagem e os esquemas de favorecimento a interesses que não são os do próprio negócio. Nada contra à manutenção do futebol como negócio. Mas tem de ser negócio lícito e transparente. Se conseguirmos esse nível de organização, poderemos voltar pensar no hexacampeonato.

 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)  [email protected]  Â