
Corpo de garoto foi encontrado em praia turca após naufrágio. Jornal inglês questiona se poder da imagem fará Europa mudar polÃtica. 402k15
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Do G1, em São Paulo
Policial paramilitar turco investiga o local onde apareceu o corpo de uma criança imigrante numa praia de Bodrum, na Turquia (Foto: AP)
              As imagens de um menino sÃrio morto numa praia da Turquia viraram sÃmbolo da crise migratória que já matou milhares de pessoas do Oriente Médio e da Ãfrica que tentam chegar à Europa para escapar de guerras, de perseguições e da pobreza.
 Pelo menos nove sÃrios morreram, segundo a agência AFP — outros veÃculos já citam 12. As duas embarcações haviam partido de Bodrum e tentavam chegar à ilha grega de Kos, anunciaram as autoridades locais.
         A foto virou um dos assuntos mais comentados no Twitter e diversos veÃculos da imprensa internacional o destacaram como emblemática da gravidade da situação, até mesmo com potencial para ser um divisor de águas na polÃtica europeia para os imigrantes.
           “The Guardian”, outro jornal britânico, disse que as fotos levaram para as casas das pessoas “todo o horror da tragédia humana que vem acontecendo no litoral da Europa”.
O americano “Washington Post” classificou a imagem de “o mais trágico sÃmbolo da crise de refugiados do Mediterrâneo”.
Grave crise
          O mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, segundo organizações como a Anistia Internacional e a Comissão Europeia. Mais de 350 mil imigrantes atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro deste ano e mais de 2.643 pessoas morreram no mar quando tentavam chegar à Europa, segundo dados da OIM (Organização Internacional para as Migrações).
Quase 220 mil chegaram à Grécia e quase 115 mil, à Itália. Mais de 2 mil chegaram à Espanha e uma centena a Malta. O número no decorrer de 2015 supera com folga o total de 2014, quando 219 mil migrantes tentaram atravessar o Mediterrâneo.
A maioria dos migrantes que chegam à Grécia por mar são sÃrios em fuga da guerra em seu paÃs. Entre os que chegaram à Itália, os mais numerosos são os eritreus.
A travessia do Mediterrâneo é feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mÃnimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas. A viagem pode custar mais de R$ 10 mil por pessoa, o que torna o negócio altamente lucrativo – uma única embarcação pode render US$ 1 milhão.
Reação da Europa
A chegada de centenas de milhares de imigrantes confundiu a União Europeia, que eliminou todos seus controles fronteiriços para viagens entre 26 paÃses de sua área, mas requer que as pessoas que buscam asilo permaneçam no paÃs onde chegaram, até que suas aplicações sejam processadas.
Alguns governos têm se recusado a receber refugiados e resistido a propostas da União Europeia para criar um plano comum para lidar com a crise.
No sábado (29), a Hungria anunciou que finalizou a construção de uma barreira constituÃda de três rolos de arame farpado que se estende ao longo de 175 km da fronteira com a Sérvia. A medida foi criticada pela França. A Comissão Europeia também deixou claro seu desagrado com a cerca húngara, mas o paÃs não enfrenta sanção por construÃ-la.
A Alemanha tem tomado algumas iniciativas positivas com relação à acolhida dos refugiados. Inicialmente, o paÃs favoreceu que os sÃrios peçam refúgio diretamente à Alemanha após excluÃ-los do Regulamento de Dublin. Esse regulamento indicava que esse estrangeiro fosse encaminhado ao paÃs onde migrante ingressou na União Europeia. PaÃses como a Itália e Grécia, por exemplo, têm recebido um número muito elevado de migrantes que chegam pelo mediterrâneo.

