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Por:Â RAYANE ALVES 5x5c4t
            Há quase três meses em greve, os professores e acadêmicos dos quatro campi da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) entregaram uma pauta de reivindicações para a reitora da instituição Maria Lúcia Cavalli na manhã desta terça-feira (18). 2a5o6k
 Reunidos na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), professores e alunos, juntos, iniciaram um quadro de programação para debater sobre a greve na educação.
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Luana Soutos
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          Entre os principais assuntos que foram elencados pelo presidente da Adufmat, Reginaldo Silva, está a realização de concurso público e a reposição salarial de 19% de forma integral.
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Conforme o presidente, a UFMT ou por um processo de expansão um número e com isso dobrou-se o número de alunos e cursos, “no entanto, o número de professores foi mantido, e por isso nós estamos sempre focando na pauta da realização do concurso público. Já com relação ao salário dos profissionais nós pedÃamos 27%, mas depois de várias discussões, nós entramos em acordo para 19%. É lamentável que a carreira de docente não seja uma das bem mais remuneradas do paÃsâ€, lamentou.
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       E os problemas não param somente nesse ponto, conforme a professora do curso de Medicina Veterinária do campus Sinop, Gerdine Sanson. Na região onde ela ministra as aulas, os professores são obrigados a tirar dinheiro do próprio bolso para comprar materiais para as aulas práticas.
        “No meu caso, eu ainda tenho vantagem, porque os materiais que compro para ministrar as aulas são baratos. Mas, e meus colegas que não conseguem fazer isso por causa da estrutura que a faculdade oferece, entre técnicos e equipamentos?â€, questionou.
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Luana Soutos
           Gerdine comentou ainda que achava que os materiais não chegavam até as mãos dos professores por culpa deles mesmos. No entanto, com o tempo, percebeu que o problema era do sistema da universidade, que não dispunha de recursos para os professores acompanharem os pedidos registrados. “Por causa disso, muitos alunos nem têm mais aula prática, porque o trabalho do professor fica desperdiçado pelo caminhoâ€, afirmou.
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Já Thais Brazil, aluna do curso de Direito no campus Araguaia, mencionou que os alunos sofrem até mesmo com problemas de esgotamento sanitário e falta de sinalização de trânsito dentro da universidade.
       “Além disso, tem os pedidos de livro que nunca chegam. E quando resolve vir, já é quando os alunos nem precisam mais do exemplar. Os alunos do curso de Engenharia Civil, por exemplo, sofrem muito, porque a faculdade da área deles está sucateada e contando os dias para fechar as portasâ€, argumentou.
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PAUTA DE REIVINDICAÇÕES
Na lista de reivindicações que foi entregue à reitora está o pedido de aumento do número de bolsas de pós-graduação para docentes; combate à insalubridade nos laboratórios e demais espaços das universidades; correção do valor das diárias de campo pelo Ãndice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) e maior eficiência no processo de compra de livros.
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Sobre os pedidos, a reitora Maria Lúcia comentou que sempre esteve aberta ao diálogo com a categoria, mas não pode interferir no movimento que o grupo tem organizado.Â
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“Hoje recebi o pedido de todos os representantes das universidades do estado, só que ainda não posso falar em prioridades, porque preciso analisar com cautela todos os pedidos. Mas, depois das análises, eu vou entrar em contato com o Governo Federal para discutir os temas e abrir uma nova discussão com a classe dos trabalhadores e acadêmicosâ€, disse.
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GREVE
O governo propôs o reajuste de 21,3% dividido em 4 anos: sendo 5,5% em 2016, 5,0% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Os docentes pediam reajuste linear de 27,3% para janeiro de 2016, como uma reposição para as perdas salariais desde 2012, mas já baixaram o aumento para 19%, desde que seja feito de forma integral.Â
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A greve deste ano começou com 18 universidades no paÃs e atualmente já atingiu 47 instituições, de um total de 66.