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          As crianças com qualquer atributo diferenciado, independente de suas condições fÃsicas, sensoriais, cognitivas ou emocionais são crianças que têm necessidade e possibilidade de conviver, interagir, trocar, aprender, brincar e serem felizes, algumas vezes, de forma diferente. Essa forma diferente de ser e agir é que as torna ser único, singular.
        Estudos acerca das possibilidades cognitivas de crianças com deficiência mental e paralisia cerebral, como os de Inhelder (1963), Moreno & Sastre (1987), mostram oscilações e ritmos diferentes no processo de construção da inteligência dessas crianças. Evidenciam esses estudos que os programas das escolas especiais, muitas vezes, centram-se nas limitações, nos déficits, nas impossibilidades e não aproveitam as potencialidades e os recursos que esses alunos dispõem, para que suas possibilidades intelectuais e de adaptação ao meio sejam aumentadas.
        Investigações recentes levantam a hipótese de que a deficiência mental não se origina apenas no déficit estrutural, mas também, na capacidade funcional da inteligência. Scarnhont e Buchel (1990) afirmam que essas pessoas apresentam pouca habilidade para problemas de generalização da aprendizagem e funcionamento da memória prejudicado. Entretanto, as estratégias de memória, imagem mental e categorização podem ser melhoradas nos alunos com deficiência mental, mas não treinadas mecanicamente. Pesquisas de Paour (1988) e Mantoan (1997) enfatizam que o funcionamento intelectual deficitário pode ser ativado por ajudas que podem propiciar maior mobilidade cognitiva.
        Para isso, tornam-se essencial uma avaliação adequada a cada criança, visando conhecer as formas de interação e comunicação que utilizam à qualidade de experiências que possuem as possibilidades de funcionamento, os nÃveis diferenciados, as estratégias de ação e pensamento. Verificar os desafios, as necessidades, os conteúdos e atividades que podem modificar as possibilidades de funcionamento e produzirem respostas qualitativamente melhores e mecanismos de adaptação ao meio.Â
           Petry (1997) comenta esta relação destacando os objetivos da Educação FÃsica e como estes auxiliam no processo de conhecimento da criança. Segundo a autora, os exercÃcios de coordenação global têm a finalidade de colocar a criança diante de uma tarefa na qual ela mesma busca a resposta ao desafio cinético proposto, permitindo também a descoberta de uma práxis que pode ser definida como um sistema de movimentos coordenados em função de um objetivo a ser atingido. Os exercÃcios de coordenação óculo-manual – ligação entre um campo visual e a motricidade fina das mãos e dedos – são de grande importância dentro de qualquer trabalho de Educação FÃsica, uma vez que exigem as mesmas habilidades requeridas na aprendizagem da escrita. Nos exercÃcios de lançar e apanhar uma bola ou um arco no espaço entra as mesmas operações que consistem em traçar uma linha de um ponto ao outro. No inÃcio da escolaridade, as possibilidades de orientação da criança tão importantes para a leitura, dependem de uma evolução do esquema corporal, o
Qual se trabalha na Educação FÃsica.
 Referencias:
 FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAEs – Organização de Conteúdos segundo os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, BrasÃlia , 2001.
 KRAMER, Sônia. (org.). Com a pré-escola nas mãos. Uma alternativa curricular para Educação infantil. São Paulo: Ãtica,1998.
 Petry, R. M. . (1997). Educação FÃsica e Alfabetização. Porto Alegre: Kuarup
Santos, C. A . .(1998). Educação FÃsica e alfabetização. Rio de Janeiro: Sprint.
 SASTRE, G. MORENO, Montserrat. Aprendizaje y Desarrollo Intelectual. Barcelona: Gedisa,1987.
 SCHÖN, D. Formar professores como profissionais reflexivos. In.: NÓVOA A. Os professores e a sua formação. Portugal: Publicações Dom Quixote, 1992.
 Elizangela Pereira Martins, Izaura Tavares Nunes Martins