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Livros de Johanna Basford são sucesso, mas profissionais alertam que exercÃcio sozinho não resolve o problema 721338

           Nos consultórios, porém, o colorir ganha um realismo mais técnico e cientÃfico. “Colorir é um atempo, uma atividade relaxante, antiestresse e benéfica. Pode ser terapêutico desde que esteja associado a um contexto de tratamentoâ€, explica a terapeuta ocupacional Ana Luiza Cesar Viana. Ela alerta ainda que, quando o paciente apresenta um adoecimento, como depressão, é preciso aliar o conteúdo artÃstico com outras intervenções clÃnicas. “Por isso o colorir não pode ser usado como panaceia, ou seja, um remédio para todos os males. Ele, sozinho, não resolve o problemaâ€, defende. 3oz5
          Fernanda, que já fez terapia, inclusive em grupo, concorda que os livros de colorir são atempo, mas considera que esse momento relaxante pode ajudar pessoas como ela – “ansiosas†– a evitarem impulsos, como a compulsão alimentar. “Fico praticamente o dia todo em frente a um computador. Quando chego em casa à noite, quero descontar na comida. Então, depois que comprei o livro, faço um lanche e o mais de uma hora colorindo. Esvazio a mente. É um processo criativo, que me faz desligar do cansaço do dia a dia e ainda me afasta desta overdose digital que estamos vivendo.â€
        Para Ana Luiza, em casos como o relatado por Fernanda, colorir pode sim ajudar, pois é considerado atividade relaxante. Além disso, segundo a terapeuta ocupacional, contribui para a construção da identidade. “O ser humano necessita criar, se expressar. A atividade artÃstica traz a pessoa para dentro de si. Com a cor e ferramentas que usa, ela constrói o que quer fazer e coloca para fora um olhar novo sobre si mesma. Esta consciência é que ajuda a pessoa a transformar a si mesmaâ€.
         AFASTAMENTO DIGITAL A terapeuta corrobora com o afastamento digital que Fernanda cita. “É uma ótima ideia para tirar as pessoas do computador, dessa frieza e da alienação que a virtualidade excessiva está construindo.†Para ela, o trabalho manual com lápis de cor ainda aproxima as pessoas da estética. “Não existe o bem sem o beloâ€, diz Ana Luiza.
          Fernanda não segue uma rotina para colorir seus livros. Depende do dia. Mas é nas cores que ela também se encontra, inclusive estreitando mais os laços com a mãe, Leda, de 69, que é companheira da filha na atividade artÃstica. “Voltei ao tempo quando fui comprar os lápis de cor, me senti criança. Foi muito bom. Gosto de usar todas as cores. Minha vida está coloridaâ€, brinca.
            Ana Luiza explica que entrar em contato com as cores é automaticamente entrar em contato com as emoções. “Identificamos sentimentos com cores. Por isso dizemos: ‘Fiquei vermelho de raiva’, ‘Meu coração está cinza’â€. Deixando a filosofia do simbolismo de lado, a terapeuta ocupacional volta a lembrar a ‘função’ do colorir: distrair, relaxar, construir o belo, voltar-se para si, meditar, criar. “Pode ser um bom remédio para o cansaço e a vida moderna.â€
