
O trabalho permitirá que a pasta elabore um mapa de incidência das espécies, com identificação dos pontos de importância ambiental e emergencial 6w4oj
Renata Prata | Sema-MT 81d6d

Lobo Guara capturado por câmera de monitoramento da Sema
Crédito – Reprodução Vídeo
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) está utilizando Câmeras Trap (armadilha fotográfica) para realizar monitoramento da Fauna Silvestre na Estrada Parque Transpantaneira e seu entorno, na região de Poconé. O trabalho permitirá que a Pasta elabore um mapa de incidência das espécies, com identificação dos pontos de importância ambiental e emergencial.
A identificação dos pontos de travessia de animais silvestres, por exemplo, possibilitará que algumas ações sejam adotadas visando reduzir o número de atropelamentos. Já os pontos com maior incidência serão utilizados para melhorar as estratégias de conservação durante eventos climáticos severos, como épocas de seca e incêndios florestais.
A Estrada Parque Transpantaneira faz parte da BR-060, que liga a cidade de Poconé à comunidade Porto Jofre, localizada na margem do rio São Lourenço/Cuiabá. São, aproximadamente, 150 km de extensão de uma estrada elevada dentro do Pantanal.
A analista de Meio Ambiente Neusa Arenhart, da Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros, explica que esse monitoramento é essencial, pois permite avaliar os impactos decorrentes da estrada com a movimentação de veículos, animais domésticos, pessoas e o próprio barulho que é estranho ao ambiente.
“É importante para entender as alterações a que são submetidas as comunidades da fauna que vivem e transitam na estrada parque e no seu entorno. As informações coletadas contribuem para planejar e colocar em prática ações que visam minimizar e mitigar essas alterações, uma vez que a Transpantaneira é um empreendimento, hoje necessário, porém, com grande potencial de impacto ambiental”, ressalta Neuza.
Registros
São 15 câmeras que fazem parte de um programa para conhecer, monitorar e acompanhar a fauna silvestre do Pantanal. Com um pouco mais de um ano de funcionamento, já que foram instaladas em abril do ano ado, realizaram registros raros e captaram imagens de animais ameaçados em extinção.
Foram registrados até o momento 32 mamíferos, 64 aves e 5 répteis. Lobo-guará, tatu canastra e queixada são algumas espécies ameaçadas registradas e que dificilmente têm suas imagens captadas por câmeras. Outras espécies ameaçadas que aparecem nos vídeos são Tamanduá-bandeira, onça-pintada, macaco-prego e anta.
Algumas cenas consideradas raras foram registradas durante este período, como a imagem de Bugio, Caxinguelê e sagui, que são animais com hábitos arborícolas. Outras imagens curiosas são animais silvestres carregando sua presa, entre eles onça-pintada, jaguatirica, cachorro-do-mato e gavião-preto.
“Uma parte importante desse projeto é a conversa que temos com proprietários de fazendas e pousadas. Pegamos as imagens e mostramos para as pessoas. Eles vibram quando vêm os animais nas câmeras, principalmente os que estão com filhotes e o que mais chama atenção, claro, são as onças. É curioso a surpresa de alguns moradores ao observarem animais que são raros de serem vistos, como por exemplo o tatu canastra e o gato mourisco, comum no Pantanal mas muito difícil de serem avistados. É muito legal essa parte de sensibilização, falar sobre o projeto, divulgar os trabalhos”, destaca o analista ambiental Marcos Ferramosca, um dos responsáveis pelo projeto pela Coordenadoria de Fauna e Recursos Pesqueiros.
Monitoramento
As câmeras estão fixadas nas estradas vicinais ao longo da Estrada Parque Transpantaneira e outros pontos identificados como agens da fauna silvestre. As câmeras Trap estão programadas para gravar vídeos de 10 segundos, com intervalo mínimo de 60 segundos. Sempre que um animal a em frente às câmeras, elas começam a gravar, devido ao sensor de calor presente no equipamento.
O monitoramento contribui para o conhecimento da diversidade de animais silvestres que circulam na área da Estrada Parque Transpantaneira. Com as câmeras é possível registrar a diversidade, abundância de espécies, frequência relativa, padrões de atividades diária e sazonal, saúde ao medir estado nutricional e alguns aspectos comportamentais (reprodução, alimentação e socialização).