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imagem ilustrativa reprodução web

            O ataque encetado por motivos religiosos ao jornal crítico-humorístico “Charlie Hebdo”, de Paris, que resultou em duas dezenas de mortes, é inaceitável e sua violência indigna o mundo. Mobilizou os principais chefes de Estado e a população que, no impacto do terror, relevaram os agravos da publicação, além de colocar os serviços policiais e de inteligência em regime de alerta máximo. Toda essa repercussão, inclusive no Brasil, propiciou garantias para o jornal continuar em funcionamento e, na sua volta, apresentar tiragem de 3 milhões de exemplares em vez do 60 mil habituais. A indignação oficial e comunitária preservou a liberdade de imprensa, como princípio básico da democracia. O mundo inteiro, especialmente o Brasil atual, precisam tirar lições disso e manifestarem-se também em favor dos próprios interesses coletivos e dos princípios de convivência pacífica.

            São igualmente terrorismo e atos de lesa-humanidade fatos que infelizmente se tornaram corriqueiros e que, impotentes, presenciamos diariamente em São Paulo e outras localidades brasileiras, perante autoridades inertes, como o queimar vivos dentistas e outras vitimas de roubos, latrocínios, torturas, sequestros, saidinha de banco,  assalto a carros fortes, arrastões, o crime organizado e o próprio sistema carcerário estatal que não cumpre com o seu dever de recuperar presos.

                      Esse espetáculo de horror  só existe em razão falta de compromisso cívico e da maldita corrupção que grassa nos diferentes níveis da istração pública e da vida empresarial. A sociedade brasileira precisa também indignar-se com esses nefastos comportamentos e usar o seu poder de mobilização – assim como se fez em Paris em favor do jornal e da liberdade de expressão – para dar um basta a todas essas ações e exigir dos governos e das autoridades policiais-judiciais a justa e exemplar reprimenda.

                  Não basta protestar contra o aumento R$ 0,20 na agem de ônibus ou xingar as autoridades e depredar instalações. Há que se lutar com todas as forças contra a impunidade, a corrupção, as mortes, o sofrimento, o medo e os traumas sofridos pela população no estado de barbárie cada dia mais presente em nossa sociedade.

            A democracia é o ideal do cidadão e o pressuposto do mundo livre. Mas não pode se esquecer de que, até por uma questão física e territorial, há de se estabelecer e cumprir regras de convivência, sem as quais o próprio regime é fadado a perecer.

                  O brasileiro precisa usar seu poder de reivindicação e mobilização para exigir das autoridades o cumprimento das regras garantidoras do equilíbrio social. Todo cidadão, desde o mais alto dignatário dos poderes constituídos até o mais humilde dos brasileiros, tem de ser submisso às leis. Tem de cumprir suas obrigações legais e exigir seus direitos. Especialmente o direito de toda a sociedade de punir e banir do convívio os que cometem as diferentes formas de “terrorismo” contra o nosso povo…

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) [email protected]