
Segundo Taques, a denúncia nunca chegou a seu conhecimento de forma oficial, por meio de um documento, como teria solicitado ao ex-secretário e promotor, Mauro Zaque 5n3
Laice Souza/Blogdoantero Imagem reprodução 2g4p27
      O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que tomou conhecimento da denúncia da suposta rede de arapongagem dentro do governo, em outubro de 2015, por meio do ex-secretário de Segurança Pública e promotor de justiça Mauro Zaque de forma oral. Taques disse que solicitou que o secretário formalizasse a denúncia: “ponha no papelâ€.
Na investigação que tramita no Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), Mauro Zaque apresentou documentos que comprovariam que ele protocolou a denúncia junto ao governo, inclusive com o número do protocolo. O fato foi rechaçado por Taques, que disse que o documento nunca chegou ao conhecimento dele. “Eu nunca tive o a esse ofÃcio. Não teve nenhuma circulação desse documento no meio fÃsico e eletrônicoâ€, disse, acrescentando que existe um documento com o mesmo numero de protocolo 542635/2015, que teria como destinatário a Secretaria de Infraestrutura.
“Como posso tomar conhecimento de um fato que não o conheçoâ€, disse, afirmando que tudo isso “é uma fraudeâ€.
     “Ele nunca protocolou isso aqui. O que tomei conhecimento eu mandei ao Gaecoâ€, afirmou, se referindo a primeira investigação encaminhada ao Ministério Público, que foi arquivada por não existirem indÃcios de grampos ilegais. Nessa investigação, segundo o governador, Mauro Zaque seguiu exatamente o que ele orientou “coloque no papel e protocole no gabineteâ€, por se tratar de assunto sigiloso.
    Já a denúncia que envolve o grampo em mais de 100 pessoas, de forma ilegal, o governador disse que o ex-secretário tomou um caminho diferente. Ao invés de ter protocolocado no gabinete, junto ao secretário José Arlindo, ele teria, “supostamenteâ€, efetivado o protocolo no Protocolo Geral.
     Pedro Taques, após saber da denúncia, na tarde de ontem (11), solicitou ao secretário de Segurança Pública que “vasculhasse†na secretaria e encontrasse o ofÃcio encaminhado por Mauro Zaque para o gabinete junto com os documentos da interceptação.
    “Existe o número lá. Mas fisicamente ele não existe lá. Portanto, eu só posso tomar conhecimento de algo que seja de meu conhecimento. Eu só posso como governador tomar providência que meu cargo determina, a partir de um momento que eu tenho conhecimento de um documento. Como eu posso tomar conhecimento se eu não conheço o documento. Portanto senhores, pra mim, isso aqui é uma fraude. É o mesmo número de protocolos de dois documentosâ€, ressaltou.
    “Ele [Mauro Zaque] nunca protocolou isso aqui, esse segundo ofÃcio e os documentos que acompanhavam esse ofÃcioâ€, destacou.
      O governador reconheceu que “em tese, pode sim ter ocorrido” os crimes apontados no documento que está sob investigação no Ministério Público. Mas, destacou que não tinha como tomar conhecimento porque o documento não foi remetido a ele.
Providência que serão tomadas
       “Estou representando o Mauro Zaque na Procuradoria Geral de Justiça e no Conselho Nacional do Ministério Públicoâ€, disse, ponderando que a medida é necessária, pois o promotor teria afirmado que ele “teve conhecimento†dos fatos. “Isso é uma fraudeâ€, frisou.
“Eu nunca pedi isso para o Comando da PolÃcia Militar. Isso precisa ser investigadoâ€, destacou.
Quanto aos fatos que estão sob investigação no Gaeco e na Procuradoria Geral da República, Taques ressaltou que já solicitou ao secretário de Segurança Pública que se faça a investigação de todos os fatos narrados na denúncia.
Entenda o caso
        Duas denúncias foram feitas pelo ex-secretário Mauro Zaque. Na primeira denúncia o governador foi informado de forma oral sobre o suposto crime e solicitado que ele fizesse um ofÃcio encaminhando os documentos, de forma sigilosa para o gabinte. O processo foi realizado, segundo o governador, no dia  oito de outubro de 2015. O caso foi reado pelo governo ao Gaeco e depois arquivado por falta de indÃcios. Tratava-se de uma denúncia de grampo, em uma ação com presos do presÃdio de ferrugem.
         No segundo caso, o mesmo foi comunicado ao governador de forma oral e solicitado a formalização por meio de um ofÃcio com os documento. Contudo, a denúncia nunca teria chegado ao seu conhecimento.  O que para o governador não a de uma fraude, realizada pelo ex-secretário e promotor Mauro Zaque.
        O caso chegou ao Ministério Público e a Procuradoria Geral da República, que investigam os grampos em autoridades polÃticas, advogados e jornalistas, que teriam partido de dentro do Comando Geral da PolÃcia Militar, em Cuiabá.
         As suspeitas é que as informações seriam readas a membros do governo. Entre as pessoas alvos da investigação estão adversáriso polÃticos de Taques, entre eles a deputada estadual JanaÃna Riva (PMDB), o deputado federal Carlos Bezerra e o jornalista José Marcondes, o Muvuca.
       Outro lado
A reportagem entrou em contato com o promotor Mauro Zaque, contudo, as ligações não foram atendidas até a finalização dessa matéria.
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Uma fonte informou ao Blog que Mauro Zaque, que já depôs ao Gaeco na semana ada, está em BrasÃlia prestando depoimento na Procuradoria Geral da República.